sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Exposição de artes protesta contra o abandono da Casa da Cultura



Artistas cobram das autoridades a conclusão do prédio

Pelo menos quinze artistas plásticos parintinenses iniciaram na manhã de sexta-feira, 7, uma manifestação que deve prosseguir até a próxima quinta-feira, 13.  A finalidade é cobrar das autoridades a conclusão do prédio da Casa da Cultura para que o local deixe de servir de esconderijo para marginais e prostituição.
Marlon Brandão Silva, presidente da Associação dos Artistas Plásticos de Parintins (AAPP), relata que “a Casa da Cultura seria o espaço da Arte Parintinense, onde poderiam estar de segunda a sexta com centenas de crianças tendo aulas de artes, e onde os artistas poderiam expor suas obras. Infelizmente pela irresponsabilidade de alguém, que não concluiu a obra, o local está abandonado, serve de esconderijo para marginais, prostituição e onde inclusive já aconteceram vários estupros”.
O presidente relata ainda que “o ato é uma cobrança às autoridades brasileiras a conclusão desse prédio, pois pelo que temos conhecimento, para as autoridades em Brasília, essa Casa da Cultura já está inaugurada. Queremos mostrar a realidade e pedir ao Secretário de Cultura do Amazonas, Dr. Robério Braga, que assinou o livro na Casa da Cultura no qual ele prometeu nos ajudar, que intervenha junto ao Governo do Estado para que essa realidade chegue a Brasília e o problema seja resolvido”.

Reivindicação

Marlon diz que, “nossa categoria sempre agradeceu ao poder público municipal que sempre contribuiu com os artistas para a realização do concurso do cartaz do Festival. Sempre falei que isso não é obrigação só do Prefeito, é também obrigação do Estado, porque o cartaz é a imagem oficial do Festival que representa o Estado. Graças a Deus essa administração vem contribuindo esses anos todos com esse nosso evento que traz grandes desenvolvimentos a nossa classe”.
Marlon diz ainda que, “hoje reivindicamos do prefeito Bi Garcia ajuda para montar aqui uma oficina e produzir nossos trabalhos. Precisamos pelo menos de uma parte da Casa da Cultura coberta. Quando se fala em cultura, se fala em arte, dança e música, e nós fazemos parte desse contexto cultural. Para isso precisamos do Museu da Arte Parintinense, e por isso o desafio está lançado. A cobertura de um galpão vai ajudar, mas esperamos que as autoridades federais realmente nos ajudem”.
 “A arte parintinense é admirado pelo mundo todo. Somos a terra da arte, da cultura e do folclore. É inadmissível que nossa Casa da Cultura esteja aqui abandonada. Queremos a finalização dessa obra que vai beneficiar todos os artistas da Ilha e  poderemos realizar trabalhos sociais voltados para a arte com as crianças, as visitações dos alunos aqui na casa da cultura o que antigamente acontecia. Precisamos trazer o povo para ver a arte pintada e esculpida a mão, às esculturas feitas pelos artistas, isso é arte e vai trazer luz a vida dos que assistirem, pois a arte, tanto quanto a religião e a ciência, têm o poder de influenciar as pessoas”, conclui Marlon.

Reconhecimento

O prefeito Bi Garcia, que esteve na manhã de sexta-feira, 7, no local da manifestação revela que “os artistas parintinenses reconhecem que nosso governo trabalhou muito pela cultura em Parintins. Com relação a esse prédio, informei a eles que está em processo no Tribunal de Contas da União, e é uma obra que foi tida como inaugurada, e que a gente sabe que lamentavelmente foi aqui um roubo do dinheiro público”.
Bi Garcia revela ainda que “o então Senador João Pedro, do Partido dos Trabalhadores, ainda tentou uma emenda no orçamento da União, mas não conseguiu porque essa obra se encontra como concluída, inaugurada e patrocinada com recursos do Ministério da Cultura. O processo está em andamento no TCU, na justiça federal. Por estar sob júdice, não se pode fazer nenhum tipo de investimento nesse prédio”.
O Prefeito diz que “por uma solicitação deles, vamos pedir autorização da Câmara para repassar aos artistas plásticos um termo de sessão de uso até sair uma solução da Justiça Federal para esse prédio. Após a liberação, vamos fazer uma cobertura do espaço que vai servir de galpão, onde eles poderão criar telas, confeccionar faixas e outros trabalhos”.
Bi Garcia diz ainda que “já recuperamos muitas áreas e prédios abandonados. A Praça Benedito Azedo é um exemplo, era uma praça abandonada, que os drogados frequentavam e hoje é um grande espaço de cultura, esporte, lazer, da criança e do idoso. Esse espaço aqui com certeza vai acabar com esse ambiente propício à violência. E não tenho dúvida que a participação da Associação dos Artistas Plásticos será muito importante para isso”, finaliza.

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