quinta-feira, 21 de março de 2013

Representante Sateré Mawé denuncia caso de morte de indígena



               Jana Carla pede às autoridades competentes que façam justiça


Uma indígena de 22 anos de idade, pertencente a etnia Sateré Mawé, morreu no fim da tarde de domingo, 10, em um dos leitos do Hospital Jofre Cohen. A causa seria espancamento praticado pelo marido da vítima, também indígena. A denúncia foi feita na manhã de ontem quarta-feira, 20, pela artesã Jana Carla Ferreira Miquilles 30, representante do movimento de mulheres indígenas contra a violência. O fato teria acontecido na comunidade Ponta Alegre no rio Andirá.
Jana informou a reportagem que o espancamento contra a jovem aconteceu no início deste mês na comunidade onde o casal morava, mas pediu que o nome da vítima não fosse revelado. “Após ser espancada a menina ficou muito doente e permaneceu no local pelo menos uma semana, quando a família soube do caso a mãe a resgatou. Devido ao estado físico dela, que era delicado, a mãe trouxe imediatamente para Parintins”.
A moça deu entrada na manhã de domingo no Hospital, onde infelizmente no fim da tarde morreu. “Nos últimos momentos de vida, ela confessou para a mãe que o marido a espancou muito. Ele teria acertado um chute na costa dela que segundo a família teria rompido a coluna cervical da vítima. A mãe contou que ela morreu sentindo muitas dores”, revela Jana Carla.

Procedimentos

Segundo a artesã, a indígena deixou 2 filhos, um de 8 meses e o outro de 2 anos de idade. Ela garantiu que já iniciou os procedimentos para trazer a família da jovem a Parintins e entrar na Justiça para que o autor do espancamento pague pelo que fez. “Vou trazer a família para que acionem a justiça e o agressor pague pelo que fez. Estou denunciando e peço pelo amor de Deus às autoridades juiz, juíza, promotores ou quem possa realmente defender essa causa, que façam”, reforça.
Jana acrescenta. “Já que se fala tanto em direitos, mas se realmente existir lei para defender as mulheres contra violência, eu como representante indígena nos movimentos de mulheres, estou a procura desses direitos. Digo isso porque toda vez que procuramos nossos direitos não somos atendidas. Precisamos de ajuda para quebrar esse paradigma e as mulheres indígenas realmente terem seus direitos respeitados, para isso as autoridades competentes têm que realmente fazer valer a lei”, assegura.

Especializada

A reportagem do Gazeta Parintins procurou a Delegacia Especializada no Combate ao Crime contra o Menor, Mulheres e Idosos (DECCMMI). A delegada titular da especializada, Ana Denise Machado informa que infelizmente não vai poder trabalhar no caso, mesmo a indígena tendo falecido em um hospital de Parintins, o delito aconteceu em outra jurisdição, no município de Barreirinha, onde deve ser apurado

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