Jana Carla pede às autoridades competentes que façam justiça
Uma indígena de 22 anos de
idade, pertencente a etnia Sateré Mawé, morreu no fim da tarde de domingo, 10,
em um dos leitos do Hospital Jofre Cohen. A causa seria espancamento praticado
pelo marido da vítima, também indígena. A denúncia foi feita na manhã de ontem
quarta-feira, 20, pela artesã Jana Carla Ferreira Miquilles 30, representante
do movimento de mulheres indígenas contra a violência. O fato teria acontecido
na comunidade Ponta Alegre no rio Andirá.
Jana informou a reportagem que
o espancamento contra a jovem aconteceu no início deste mês na comunidade onde
o casal morava, mas pediu que o nome da vítima não fosse revelado. “Após ser
espancada a menina ficou muito doente e permaneceu no local pelo menos uma
semana, quando a família soube do caso a mãe a resgatou. Devido ao estado
físico dela, que era delicado, a mãe trouxe imediatamente para Parintins”.
A moça deu entrada na manhã de
domingo no Hospital, onde infelizmente no fim da tarde morreu. “Nos últimos
momentos de vida, ela confessou para a mãe que o marido a espancou muito. Ele
teria acertado um chute na costa dela que segundo a família teria rompido a
coluna cervical da vítima. A mãe contou que ela morreu sentindo muitas dores”,
revela Jana Carla.
Procedimentos
Segundo a artesã, a indígena
deixou 2 filhos, um de 8 meses e o outro de 2 anos de idade. Ela garantiu que
já iniciou os procedimentos para trazer a família da jovem a Parintins e entrar
na Justiça para que o autor do espancamento pague pelo que fez. “Vou trazer a
família para que acionem a justiça e o agressor pague pelo que fez. Estou
denunciando e peço pelo amor de Deus às autoridades juiz, juíza, promotores ou
quem possa realmente defender essa causa, que façam”, reforça.
Jana acrescenta. “Já que se
fala tanto em direitos, mas se realmente existir lei para defender as mulheres
contra violência, eu como representante indígena nos movimentos de mulheres, estou
a procura desses direitos. Digo isso porque toda vez que procuramos nossos
direitos não somos atendidas. Precisamos de ajuda para quebrar esse paradigma e
as mulheres indígenas realmente terem seus direitos respeitados, para isso as
autoridades competentes têm que realmente fazer valer a lei”, assegura.
Especializada
A reportagem do Gazeta
Parintins procurou a Delegacia Especializada no Combate ao Crime contra o
Menor, Mulheres e Idosos (DECCMMI). A delegada titular da especializada, Ana
Denise Machado informa que infelizmente não vai poder trabalhar no caso, mesmo a indígena
tendo falecido em um hospital de Parintins, o delito aconteceu em outra
jurisdição, no município de Barreirinha, onde deve ser apurado
Nenhum comentário:
Postar um comentário