Agricultores não
encontram compradores para a produção de fibra de juta e malva
O
agricultor João Cursino, presidente da Coopjuta de Parintins, informa que todos
os dias, juticultores das comunidades do Baixo Amazonas procuram a entidade
para oferecer fibras de Juta e Malva. Eles alegam que, sem incentivo dos
governos para a compra, a safra deste ano pode ser perdida já que os produtores
ameaçam desistir da colheita que já estaria comprometida.
Cursino afirma que dezenas de juticultores
oferecem o produto na cidade, mas a falta de recursos estaria impossibilitando
as empresas de comprar a fibra este ano. O presidente da Coopjuta revela que os
juticultores da Ilha do Vale que este ano estão com 140 toneladas de fibra,
juntamente com produtores da região da Boca do Jacaré, Paraná do Espírito
Santo, Costa da Águia, Ilha do Bispo, que todos os anos coletam em média 4 a 5
toneladas, procuram quem compre e não encontram.
Desespero
João
revela ainda que a situação é lastimável, pois os produtores já estão
interessados em vender o produto a qualquer preço. “Eles estão em total
desespero e se nada for feito com urgência pelos governos, vão perder toda a
produção deste ano. Muitos já dizem que não vão mais colher, pois se o fizerem
o prejuízo aumenta”, reforça.
Para
ele, o prejuízo não é só dos juticultores, mas também de Parintins, pois os
plantadores vão ficar com medo de voltar a investir no setor. “A coleta de
fibras ainda sustenta os produtores das áreas de várzea do município. Acredito
se o governador Omar Aziz, que tem atenção especial com o homem do interior e o
setor primário que é a base da economia ajudar eles têm como continuar plantando”,
afirma Cursino.
Acordo
Para
o presidente, se o governador tivesse conhecimento da situação ele já teria
encontrado uma forma de fazer com que as empresas de Manaus comprassem a
produção. “Por isso vamos a Capital do Estado tentar um acordo com a Conab, e
na Secretaria de Abastecimento do Estado para o Governo comprar essa fibra e
amenize o prejuízo dos juticultores”, garante.
José
Santana Simas, 75, morador da comunidade Catispera, desde os 10 anos trabalha
com fibras. “Houve tempos que lá em casa minha produção era de 15 toneladas,
tinha preço e compradores. Agora sem incentivo do governo, se mendiga preço e
não achamos comprador. Meus vizinhos disseram se não houver preço vão liberar
os feixes para correnteza levar. Isso da até desgosto se acontecer, todo
trabalho e o suor derramado será em vão”, lamenta.
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