quinta-feira, 21 de março de 2013

Safra de fibras este ano está comprometida por falta de compradores



     Agricultores não encontram compradores para a produção de fibra de juta e malva

O agricultor João Cursino, presidente da Coopjuta de Parintins, informa que todos os dias, juticultores das comunidades do Baixo Amazonas procuram a entidade para oferecer fibras de Juta e Malva. Eles alegam que, sem incentivo dos governos para a compra, a safra deste ano pode ser perdida já que os produtores ameaçam desistir da colheita que já estaria comprometida.
   Cursino afirma que dezenas de juticultores oferecem o produto na cidade, mas a falta de recursos estaria impossibilitando as empresas de comprar a fibra este ano. O presidente da Coopjuta revela que os juticultores da Ilha do Vale que este ano estão com 140 toneladas de fibra, juntamente com produtores da região da Boca do Jacaré, Paraná do Espírito Santo, Costa da Águia, Ilha do Bispo, que todos os anos coletam em média 4 a 5 toneladas, procuram quem compre e não encontram.

                          Desespero


João revela ainda que a situação é lastimável, pois os produtores já estão interessados em vender o produto a qualquer preço. “Eles estão em total desespero e se nada for feito com urgência pelos governos, vão perder toda a produção deste ano. Muitos já dizem que não vão mais colher, pois se o fizerem o prejuízo aumenta”, reforça.
Para ele, o prejuízo não é só dos juticultores, mas também de Parintins, pois os plantadores vão ficar com medo de voltar a investir no setor. “A coleta de fibras ainda sustenta os produtores das áreas de várzea do município. Acredito se o governador Omar Aziz, que tem atenção especial com o homem do interior e o setor primário que é a base da economia ajudar eles têm como continuar plantando”, afirma Cursino.

Acordo

Para o presidente, se o governador tivesse conhecimento da situação ele já teria encontrado uma forma de fazer com que as empresas de Manaus comprassem a produção. “Por isso vamos a Capital do Estado tentar um acordo com a Conab, e na Secretaria de Abastecimento do Estado para o Governo comprar essa fibra e amenize o prejuízo dos juticultores”, garante.
José Santana Simas, 75, morador da comunidade Catispera, desde os 10 anos trabalha com fibras. “Houve tempos que lá em casa minha produção era de 15 toneladas, tinha preço e compradores. Agora sem incentivo do governo, se mendiga preço e não achamos comprador. Meus vizinhos disseram se não houver preço vão liberar os feixes para correnteza levar. Isso da até desgosto se acontecer, todo trabalho e o suor derramado será em vão”, lamenta. 

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