quinta-feira, 25 de abril de 2013

Autoridades tentam resolver problema entre moradores e empresa demarcadora de terras no Uaicurapá



Após as denúncias de conflitos entre comunitários e funcionários da empresa Limite, contratada pelo Programa Terra Legal, para demarcar as terras na região do rio Uaicurapá, o promotor André Seffair representante do Ministério Público reuniu na manhã de sexta-feira, 19, na comunidade São Tomé com moradores e representantes da Limite. O tenente Pantoja da Polícia Militar, o vereador Cabo Ernesto e Lúcio Moraes Carril da Secretaria de Estado de Política Fundiária também estiveram presentes.
As autoridades foram a comunidade tentar encontrar formas de solucionar os problemas envolvendo a empresa Limite, contratada para fazer o georreferenciamento da área permitindo a titulação dos terrenos, de forma ágil sem prejudicar os moradores. Outro ponto tratado foi sobre as denúncias que os profissionais estariam cobrando pelos serviços de demarcação na área.
Os moradores confirmaram os conflitos, e entre as denúncias uma senhora afirmou: “existe algo errado e alguém precisa resolver. O terreno do meu irmão tinha 500 metros de frente por 2 mil de fundo e deixaram com 200 de frente, a outra parte introduziram ao terreno do vizinho que era de mil metros de frente por 2 mil de fundo e demarcaram com mil e trezentos de frente. Tentei dialogar mas disseram que não podiam fazer nada”, argumentou.
Por acreditar na importância da regularização que beneficia o povo do interior, Azenilson Nascimento Belém, 38, presidente da comunidade, lutou para que as autoridades fossem a comunidade conversar com os representantes da empresa e do Programa Terra Legal.

                                Serviços

            Vereador Ernesto afirma que situação põe em xeque a credibilidade dos serviços
     

Para o vereador Cabo Ernesto além das denúncias, a afirmação dos moradores que os responsáveis da empresa fazem serviços paralelos ao do Governo do Estado chamou a atenção e os serviços paralelos confundem os interioranos. “Isso causa confusão na cabeça dos comunitários e põe em xeque a credibilidade dos serviços. Solicitamos diretamente ao o doutor Carril que intervenha junto a empresa para evitar que os serviços paralelos sejam feitos”, reforça.
O vereador afirma que fizeram o pedido por saberem que muitas pessoas que moram no interior tem pouca instrução quanto a regularização de terras. “Queremos evitar que empresa se aproveite da humildade dos comunitários para ganhar dinheiro em cima de uma política do Governo Federal. Queremos agilidade nos serviços para regularizar a área e assim evitar que os grileiros possam invadir nosso Estado e se apossar das terras dessas pessoas que sempre viveram em seus lotes”, declara.

                             Ajuste

    Promotor André Seffair reúne moradores e representantes da Limite, empresa contratada para demarcar as terras na região 

Para o promotor André Seffair, algumas reclamações dos comunitários são pertinentes, outras faltam esclarecimentos quanto à emissão dos títulos definitivos. “Houve um ajuste de conduta com o Estado no sentido de inserir nos contatos das empresas que fazem medição que evitem serviços particulares aos comunitários”.
Os casos tratados serão levados ao secretário e diretores da empresa. Seffair espera que o serviço seja rápido para que aconteçam as emissões dos títulos aos comunitários. “A questão é estratégica de ocupação de terras do Pará e evitar que ocorra no futuro problemas fundiários como já tivemos em Canutama, Lábrea e Barreirinha”, esclarece.
Segundo ele, com essas ações, o Estado acaba as dúvidas sobre a propriedade e a inquietação dos que achavam que seriam expulsos da terra com a medição foi esclarecida. “A situação de posseiros e proprietários não será resolvida com a entrega dos títulos definitivos, mas é um caminho para que se resolva”, diz o Promotor.

                                 Informações

         Para Lúcio Moraes algumas denúncias são provocadas por falta de informações

O representante da Secretaria de Política Fundiária, Lúcio Moraes Carril afirma que algumas denúncias são provocadas pela falta de informações e a Limite está contratada para fazer o georreferenciamento das terras da Gleba Nossa Senhora do Carmo que engloba o rio Uaicurapá. “A Secretária Estadual de Política fundiária vai cobrar da empresa o serviço para qual foi contratada. A empresa não pode cobrar das pessoas pelo serviço ao poder público, mas como algumas famílias pedem serviços extras, como abertura de picadas laterais, foi esclarecido que seria pago por quem contratasse o técnico”, comenta.
O topógrafo Jorge Matos, responsável pelos serviços da empresa Limite pede aos proprietários de lotes que mostrem as divisas dos terrenos para não acontecer confusões. “Não estamos realizando trabalho para prejudicar ninguém, por isso queremos que a comunidade nos acompanhe para que o serviço fique correto e não haja erro de demarcação”.

                          Comunidade

           Tenente Pantoja e cabo Leal também estiveram presente na reunião

Na presença do tenente Pantoja e do cabo Leal, houve relatos de fatos que ocorrem na comunidade. “Segundo eles a insegurança é provocada pelo consumo de bebida alcoólica e uso de droga. Após a reunião as autoridades foram a casa de acusados para conversar e avisaram que se voltarem a cometer atitudes violentas podem ser penalizados. “Da mesma forma nos dirigimos ao foco de venda de bebida e orientamos o comerciante a não fazer ou que faça de forma a não prejudicar a comunidade. Se o caso voltar acontecer, o presidente da comunidade ou os professores vão nos comunicar e vamos tomar as providências”, finaliza Pantoja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário