Conselheiros entrevistaram os detentos na tarde da última terça-feira
Pela primeira vez, o Conselho
Carcerário de Parintins inspecionou na tarde de terça-feira (07) a Unidade
Prisional. O objetivo foi coletar informações da situação do presídio para
encaminhar ao Conselho Carcerário Nacional.
Os detentos relataram os problemas de
superlotação, alimentação de péssima qualidade, falta de ventilação, entre
outros. “Aqui é muito quente, a
alimentação é terrível, a comida é crua e o café amargo, praticamente não temos
assistência. O único que apoia a gente é o empresário Pedro Esteves”, diz o
detento Jonas Moraes, 20.
O Presidente do Conselho, o advogado
Juscelino Melo Manso, afirma que a situação do presídio é degradante. “É
difícil alguém sair recuperado de um ambiente que não oferece a mínima
estrutura”, exclamou. Melo ressalta que se a Lei 7210, de execuções penais,
fosse cumprida, esses problemas não existiriam.
“O Conselho Carcerário de Parintins
vem pela primeira vez ao presídio, para suprir essas informações, uma
determinação legal. Fizemos entrevistas com os detentos, e esse material será
encaminhado a Brasília. Daqui a um mês estaremos na Unidade Prisional, para ver
se houve melhorias”, afirma Juscelino.
Padre Mauro Romanello, um dos membros
do Conselho, relata que no presídio faltam materiais essenciais. “A prisão não
deve ser um hotel de luxo, mas aqui falta o básico. Nossa tarefa é procurar
solução, para que não aconteça nenhuma revolta, rebelião. Pelo menos o teto que
estava esburacado foi consertado, acredito que com um pouco mais de vontade e a
colaboração dos presos, possa haver mais mudanças”, enfatiza Romanello.
Desassistência
Pedro Esteves denuncia a falta de assistência no local
O empresário Pedro Esteves, um dos
conselheiros denuncia a falta de assistência no local e relata que os presos
reclamam da carência de dentistas e enfermeiros. “Muitos sofrem dor de dente, tem um preso com
uma bala alojada no braço, por consequência da perda de sangue ou infecção está
pálido, não foi levado para o hospital, não passou por cirurgia. Outro erro é
preso com problema psíquico, junto dos que cometeram homicídios e estupros”.
O conselheiro frisa que os detentos
trabalham na confecção de redes, mas não há saída rápida para os produtos, pois
o custo do material é caro. Ele apela aos lojistas do ramo de cama, mesa e
banho que conheçam os trabalhos artesanais dos detentos e possam fazer uma
proposta aos presidiários. Esteves acredita que se os presos tivessem
incentivos para ocupar o tempo, poderiam sair recuperados do presídio.
Geandro Soares
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