quinta-feira, 9 de maio de 2013

Conselho Carcerário inspeciona presídio de Parintins


               Conselheiros entrevistaram os detentos na tarde da última terça-feira 

Pela primeira vez, o Conselho Carcerário de Parintins inspecionou na tarde de terça-feira (07) a Unidade Prisional. O objetivo foi coletar informações da situação do presídio para encaminhar ao Conselho Carcerário Nacional.
Os detentos relataram os problemas de superlotação, alimentação de péssima qualidade, falta de ventilação, entre outros.  “Aqui é muito quente, a alimentação é terrível, a comida é crua e o café amargo, praticamente não temos assistência. O único que apoia a gente é o empresário Pedro Esteves”, diz o detento Jonas Moraes, 20.
O Presidente do Conselho, o advogado Juscelino Melo Manso, afirma que a situação do presídio é degradante. “É difícil alguém sair recuperado de um ambiente que não oferece a mínima estrutura”, exclamou. Melo ressalta que se a Lei 7210, de execuções penais, fosse cumprida, esses problemas não existiriam.
“O Conselho Carcerário de Parintins vem pela primeira vez ao presídio, para suprir essas informações, uma determinação legal. Fizemos entrevistas com os detentos, e esse material será encaminhado a Brasília. Daqui a um mês estaremos na Unidade Prisional, para ver se houve melhorias”, afirma Juscelino.
Padre Mauro Romanello, um dos membros do Conselho, relata que no presídio faltam materiais essenciais. “A prisão não deve ser um hotel de luxo, mas aqui falta o básico. Nossa tarefa é procurar solução, para que não aconteça nenhuma revolta, rebelião. Pelo menos o teto que estava esburacado foi consertado, acredito que com um pouco mais de vontade e a colaboração dos presos, possa haver mais mudanças”, enfatiza Romanello.

                         Desassistência

                            Pedro Esteves denuncia a falta de assistência no local

O empresário Pedro Esteves, um dos conselheiros denuncia a falta de assistência no local e relata que os presos reclamam da carência de dentistas e enfermeiros.  “Muitos sofrem dor de dente, tem um preso com uma bala alojada no braço, por consequência da perda de sangue ou infecção está pálido, não foi levado para o hospital, não passou por cirurgia. Outro erro é preso com problema psíquico, junto dos que cometeram homicídios e estupros”.
O conselheiro frisa que os detentos trabalham na confecção de redes, mas não há saída rápida para os produtos, pois o custo do material é caro. Ele apela aos lojistas do ramo de cama, mesa e banho que conheçam os trabalhos artesanais dos detentos e possam fazer uma proposta aos presidiários. Esteves acredita que se os presos tivessem incentivos para ocupar o tempo, poderiam sair recuperados do presídio.

Geandro Soares

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