Pré-candidatos ao Governo do Estado se movimentam para viabilizar candidaturas e eliminar possíveis adversários em 2014
A um ano da convenção que irá definir os candidatos
ao Governo do Estado do Amazonas, os dados do jogo político já começaram a
rolar e, nos bastidores, os movimentos vão desde a pulverização de
candidaturas até a formação de palanque único que abrigue todas as crias
políticas do ex-prefeito Amazonino Mendes (PDT).
Os movimentos dos políticos no último mês, aliás,
giraram muito na órbita de Amazonino Mendes o que evidenciou o prestígio que
ele mantém na definição do tabuleiro pré-eleitoral. O primeiro foi o senador
Eduardo Braga que, até outubro do ano passado, era um adversário ferrenho de
Amazonino. O encontro de Braga com o ex-tutor político foi em São Paulo e teve
a participação do ex-vice-governador Samuel Hanan (PSD).
Duas semanas depois foi a vez do governador Omar
Aziz (PSD) se reunir com Amazonino e fazer questão de que os encontros vazassem
para a imprensa, preservando, no entanto, o conteúdo das conversas. Antes
disso, o prefeito Artur Neto (PSDB) que diz que irá cumprir o mandato até o
fim, mas tem demonstrado disposição de participar ativamente do processo
eleitoral de 2014, também encontrou com o ex-prefeito e apoiador dele no pleito
passado.
O resultado das pesquisas pré-eleitorais colocam
Amazonino numa situação desconfortável para se lançar como candidato, devido a
baixa intenção de votos e a grande rejeição junto ao eleitorado, conforme os
números de pesquisas recentes. Considerando esse cenário que todos os pupilos e
ele próprio tem conhecimento, Amazonino atua como uma espécie de magistrado
administrando as negociações e os interesses das crias.
Amazonino tem evitado qualquer encontro com a
imprensa e, nos bastidores, aliados do ex-prefeito indicam que, após as
conversas com os pupilos, ele tem demonstrado otimismo na possibilidade real de
reunir num mesmo palanque Eduardo Braga, Omar Aziz e Alfredo Nascimento (PR).
Capital político
Por outro lado, a super-exposição e a incensão da
secretária de Estado de Governo, Rebecca Garcia (PP), em Manaus, e a do
vice-governador José Melo (PMDB) no interior do Estado revelam que o governador
Omar Aziz (PSD) pode estar bancando duas pré-candidaturas ao Governo do Estado,
o que lhe dará capital político na hora em que todas as cartas forem colocadas
na mesa.
Rebecca está sempre na linha de frente do Governo
em Manaus. Esta semana, por exemplo, foi destacada para ir à Câmara Municipal
de Manaus (CMM) para falar das ações do Governo de grande alcance como o
Proama. Melo diariamente recebe lideranças e políticos do interior do Estado,
bem como é incensado pelo governador Omar Aziz nas viagens ao interior.
Melo e Rebecca ganham musculatura
A deputada federal licenciada e secretária de
Estado de Governo Rebecca Garcia (PP) e o vice-governador José Melo (PMDB) têm
um ano para viabilizar os nomes deles para a disputa eleitoral. Melo declarou
que é pré-candidato ao Governo e que agora chegou a sua vez.
Rebecca tem se articulado junto à direção
nacional da sigla e já é cortejada pela oposição ao Governo Dilma Rousseff
(PT). O Estado de Minas, no último dia 12, publicou informação de que o
presidenciável e senador Aécio Neves (PSDB) cogita formar um palanque em Manaus
com Rebecca à frente.
Rebecca, no dia 5 deste mês, teve encontro com o
ministro Fernando Pimentel, um dos articuladores da campanha da presidente
Dilma Rousseff (PT), e saiu de lá comentando que o PP terá candidato
majoritário. Conta a favor de Rebecca o fato do PP no Amazonas estar nas mãos
do pai dela, o ex-deputado Francisco Garcia (PP). Já Melo terá que sair do
PMDB, como aliás já anunciou, e se filiar a outra sigla. Isso porque o partido é
área de domínio de outro pré-candidato: o senador Eduardo Braga.
Omar articula em quatro frentes
A postura atual do governador Omar não define
quem será o escolhido para ser apoiado na disputa, mas dá a ele um leque com
pelo menos quatro possibilidades: apoiar Rebecca Garcia ou apoiar José Melo;
dizer que não vai apoiar nenhum dos dois e deixá-los livres como uma forma de
pulverizar o pleito de candidatos para aumentar a chance de segundo turno.
A quarta possibilidade é lançá-los como balões de
ensaio, deixar que os dois ganhem fôlego e apresentar isso como barganha
política para o senador Eduardo Braga, cuja as pesquisas apontam como o
candidato favorito ao cargo de Governador.
O vice-governador se movimenta nos bastidores no
sentido de criar um novo partido para chamar de seu. No PMDB de Braga, não há
lugar para dois caciques que almejam o mesmo cargo (o de governador em 2014).
Melo está coordenando o ressurgimento do Partido Liberal. A sigla,
extinta em 2006 quando se fundiu ao Prona e gerou o PR, está em fase de
recriação. Lideranças políticas de municípios do interior do Estado foram
arregimentadas para coletar assinaturas de apoio ao registro do PL..
Primeira data é o dia 5 de outubro
A primeira data do calendário eleitoral que os
pré-candidatos ao Governo precisam observar no pleito de 2014 é o dia 5
de outubro de 2013, um anos antes da eleição. Esse é o prazo para os políticos
que quiserem disputar algum cargo eletivo em 2014 trocarem de partido, segundo
as regras da legislação eleitoral.
Vice-prefeito de Manaus é citado
Outro nome que pode entrar no tabuleiro da
disputa pelo Governo do Estado em 2014 e que aparece espontaneamente nas
pesquisas de intenção de votos é o do vice-prefeito Hissa Abraahão (PPS).
Assim como em 2010, quando lançou o nome na
disputa ao Governo do Estado, em 2014 Hissa não terá absolutamente nada a
perder. Isso porque sequer precisa abrir mão da função de vice-prefeito para se
lançar candidato e já defendeu que a nova sigla MD tenha candidato próprio ao
governo do Estado.
Caso o projeto político dele e de Rebecca Garcia
seja de fortalecer o nome para 2016, a candidatura se torna ainda mais
necessária. E a fórmula já deu sinais de ter resultado positivos. Hissa se
elegeu vereador, em 2008, com cerca de dois mil votos.
Em 2010, com discurso de alternativa aos
políticos da cria de Amazonino Mendes, que se revezam no poder, chegou a
receber 9,36% dos votos válidos (138.281 votos), o que valorizou o passe dele
para 2012. No pleito passado, formou chapa com Artur e ganhou uma das secretarias
de maior orçamento na Prefeitura Municipal de Manaus.
Uma das vantagens dessa candidatura seria o
patrocínio da gestão Artur no maior colégio eleitoral do Estado.
Alternativa
A lógica de usar as eleições de 2014 para
fortalecer o nome para 2016 pode ser uma boa alternativa para Rebecca Garcia,
que chegou a ter nome confirmado na disputa eleitoral do ano passado e, na da
convenção, desistiu apontando como causa chantagens dentro do grupo
político do qual faz parte.
Fonte: Portal Acrítica (Por
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