Manifestantes reivindicaram mais investimentos na saúde,
educação e segurança pública
Quarta-feira (26), aproximadamente 4
mil pessoas saíram à ruas da cidade para cobrar melhorias, investimentos dos
governos em setores prioritários, como saúde, educação, segurança e esporte no
Acorda Parintins II. De acordo com a organização do evento, a manifestação
pacífica iniciou às 18h e teve a presença de universitários e populares, que,
com cartazes, faixas e gritos, demonstraram insatisfação e urgência por mudança.
A manifestação saiu da Avenida
Amazonas, adentrou na Cordovil até a Avenida Nações Unidas, encerrou em frente
ao Bumbódromo, onde os manifestantes cantaram o hino nacional. Para muitos, um
momento marcante para a história de Parintins. De acordo com o Major Valadares,
o evento não teve nenhum incidente, 110 militares fizeram a segurança.
Mudança
Para a acadêmica de serviço social,
Thaís Maia, 20, os brasileiros estão acordando e a juventude é capaz de fazer
mudanças. “Parintins passa por momentos difíceis, por isso viemos participar
deste ato de cidadania. Um exemplo de descaso dos nossos governantes é a
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do município, que funciona apenas nos três
dias da Festa e, de forma improvisada. No manifesto, estamos cercados de
policiais, inclusive, vi um cartaz que dizia: “não nos machuque, não temos
hospitais descente, realmente é verdade, declara”.
O acadêmico de Jornalismo da Ufam, Helder Mourão, um dos organizadores do manifesto em Parintins, afirma que no mesmo dia, mais de 300 cidades do país saíram às ruas. “Temos um evento no calendário nacional que é o Festival, começamos a organizar, discutir as pautas e cartazes que colocaríamos nas ruas e fizemos o manifesto. Não sei o número exato de pessoas, porque não teve um núcleo de organização, mas estimamos mais ou menos 3 a 4 mil pessoas que foram às ruas”, informa.
Para Igor Barros, 21, o brasileiro
verdadeiro é aquele que vai à rua reivindicar os direitos. “Não podemos ficar
dependente do governo, em plena ditadura a juventude estava na rua, os jovens
podem mudar o Brasil”.
Yan Oliveira, 20, responsável por um
trabalho social de Free Step, disse que a juventude está lutando por mais
esporte, saúde, educação. “Não precisamos de Copa, Festival, precisamos que as
pessoas tenham um futuro digno melhor para viver. Vamos até o fim, o futuro da
nação depende da gente”.
Segurança
Jéssica Hatta, 20, protestou por
segurança, o que para ela é necessário em Parintins. “Você não pode mais sair a
noite sozinho, porque corre o risco de ser assaltado. Vemos agora no Festival,
a cidade cheia de policiais, mas depois que passa, vão embora, ficamos a mercê,
então, pedimos pela segurança de todos os cidadãos parintinenses de janeiro a
dezembro”.
Hatta ressalta que a participação
dela no manifesto foi a realização de um sonho. “Há muitos anos o Brasil não se
levantava, é muito emocionante fazer parte desse momento marcante para
Parintins. Queremos lutar pelos nossos direitos, fazer do Brasil, um país
melhor, sentados sem fazer nada, não dá. A população vai às ruas, vamos
continuar insistindo”.
Thainá Gadelha, descreve que participar
deste momento histórico a fez sentir brasileira de verdade. A jovem reivindicou o Departamento de Trânsito
(Detran) atuante o ano inteiro em Parintins. “O Detran não assistência pra
gente durante o ano, quando chega em junho quer cobrar, isso é inadmissível, o
certo é ficar o ano inteiro na cidade para diminuir os acidentes de trânsito.”,
descreve.
Educação
A acadêmica Simiane Anselmo pediu
melhorias para a educação, a universitária acredita que as coisas melhoram com
a população nas ruas. “Esse é um dos momentos mais lindos que o Brasil vive, o
nosso país está gritando por socorro, está nas ruas pedindo melhorias, porque o
povo é a voz, unido tem poder. Pedimos melhorias para a educação, a juventude
reivindica, pede a saída de políticos corruptos, precisamos de pessoas honestas
que trabalhe pelo povo”.
O turista Gilberto, há 5 anos vem a
Parintins e se emocionou em ver uma multidão protestando por mudanças,
melhorias para a cidade. “Gastaram milhões e milhões com a obra de ampliação do
Bumbódromo, mas ando pela periferia e vejo o descaso. Pago para assistir o
Festival, mas já fui para a arquibancada da galera, e posso afirmar que o
Festival é do povo, acho que o dinheiro que gastaram no Bumbódromo poderia ser
investindo em hospitais, escolas, segurança, só aumentaram os camarotes e
cadeiras numeradas, assim que o governador diz que a obra é um benefício do
povo parintinense?” questiona.
Por Geandro Soares
Fotos: Ataíde Tenório / Elton Almeida
Fotos: Ataíde Tenório / Elton Almeida
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