Este ano, o tema do Tupi foi “Amazônia Indígena, Fonte de vida Cabocla”
Sérgio Victor portal@d24am.com
Não
restam dúvidas de que paixão pelo bois-bumbás está no sangue de cada
parintinense. No entanto, a vocação para dançar as toadas, tocar o
tambor ou animar a galera é cultivada desde a infância, se possível,
ainda no colo da mãe.
Este rito de passagem cultural
acontece no Boi Mirim, festival realizado no Parque dos Bois e que, em
sua 9º edição este ano, consagrou o bicampeonato do Boi Tupi.
A
apuração das notas aconteceu na tarde desta segunda-feira (24), dentro
da Secretaria de Turismo e Cultura, localizado no porto da ilha. O bumbá
que traz as cores laranja e branco conquistou 269,8 pontos a frente do
boi Estrelinha, que ficou em segundo lugar, com 266,8 pontos.
“É
uma emoção muito grande trabalhar com essas crianças e é gratificante a
felicidade que elas nos trazem. Todo ano superamos muitas dificuldades
para realizar este desfile. Nosso sonho é tornar isso um projeto ainda
maior”, disse a presidente do Tupi, Sebastiana Araújo, que levou o
troféu para a concentração do bumbá no bairro Palmares.
O Boi
Mirim é o evento que revela os principais talentos parintinenses em uma
competição que não fica atrás dos bois Garantido e Caprichoso. Os bois
Mineirinho, Estrelinha e Tupi são avaliados em 21 itens que são
representados por crianças e adolescentes de 8 a 16 anos.
“As
crianças quando ouvem o batuque no colo da mãe começam a se mexer, mesmo
sem saber do que se trata, está no sangue delas. É um evento muito
importante para a continuidade desta cultura dos bois. Elas sonham em se
tornar itens dos bumbás tradicionais e muitas recebem convite”, disse o
coordenador da comissão dos jurados, Mário Pinheiro, acrescentando que
uma média de 6 mil pessoas comparecem ao evento anualmente.
Desfiles
Neste ano, a apresentação do Mineirinho foi reduzida devido a um atraso de uma alegoria, que se prendeu em um fio elétrico. A organização do evento disponibilizou trinta minutos para um desfile especial, porém, sem poder participar da competição. “Não tivemos culpa porque foi um imprevisto. Mesmo assim mostramos os nossos itens e as crianças conseguiram desfilar. Nosso tema este ano é o da festa cabocla, onde homenageamos as festas regionais e religiosas”, explicou o representante do Mineirinho, Vincente Oliveira.
Após o Mineirinho, o Parque
dos Bois recebeu o boi Estrelinha que defendeu o tema “O Gigante Verde
da Amazônia”. As alegorias e as lendas tinham como foco a preservação da
Amazônia.
O Boi Tupi foi o último a desfilar com o tema
“Amazônia Indígena, Fonte de vida Cabocla”. A presidente Sebastiana
Araújo explicou que o objetivo era demonstrar ao público que em eram os
verdadeiros donos da terra antes dos imigrantes e como os índios foram
necessários para que eles avançassem na terra.
Um
dos destaques do Boi Tupi foi o apresentador Alex Edvaldo, de apenas 8
anos. Com limitações físicas devido a uma deficiência nas pernas, Alex
evolui rapidamente dentro do Tupi, tanto no tambor como na habilidade de
cantor.
“O boi é muito importante pra mim. Quando todos se
juntam não tem como perder. Este ano vamos vencer de novo”, contou Alex
antes do desfile.
A tia de Alex, Estela Garcia, de 34 anos, se
alegra de ver o sobrinho participando do boi. “A deficiência dele é
apenas física e o boi ajudou a desenvolver todas estas habilidades nele.
Ele sempre foi um menino muito inquieto e falante. Acho que ele vai
levar isso pra vida”, disse Estela.
Link da matéria: www.d24am.com/amazonia/parintins-cultura-arte/boi-tupi-e-bicampeao-da-nona-edicao-do-boi-mirim/89623
Nenhum comentário:
Postar um comentário