sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Por falta de segurança, Caburi e Vila Amazônia pedem socorro

     Enquanto isso, roubos, furtos e brigas são constantes nas duas agrovila
  
“A agrovila do Caburi sofre com a falta de segurança”. Moradores relatam que há cinco meses não tem policial na localidade, com isso, viciados em drogas e pessoas alcoolizadas fazem baderna nos fins de semana. Nos últimos 15 dias, dois jovens foram esfaqueados e na tentativa de evitar que outros sigam o mesmo caminho, há promoções de campeonatos e torneios esportivos no local. O presidente da Associação de Moradores e Agricultores Familiares do Caburi (AMAFC), Francisco Valeriano Nunes, cobra a promessa feita pelo Coronel da PM do Amazonas e pelo Comandante da PM de Parintins, de que no início de agosto dois policiais atuariam efetivamente no Caburi.

Promessa

 “Peço ao comandante Major Valadares, como acertamos com o Coronel Rommel, no dia 27 de junho, no Ginásio Elias Assayag, onde estava presente o deputado Tony Medeiros, que mande os dois policiais para o Caburi como prometeram para o começo deste mês. Estamos sem segurança, a cada final de semana há esfaqueamento devido ao consumo de drogas e bebidas alcoólicas. Uma agrovila com 3.600 habitantes na sede, não pode ficar sem segurança. Somos cidadãos, amazonenses, brasileiros, pagamos nossos impostos, não é possível que não tenha policial para dar segurança às famílias do Caburi”, declara Nunes.

Questionamento

 Roubos, furtos, arrombamento de casas, amedrontam a população e como se não bastasse, acidentes graves de trânsito são ocasionados por menores, além do mais, crianças dirigem motocicletas. “A violência no Caburi e nas outras agrovilas cresceu consideravelmente. Será que o governador não enxerga a situação que passa o interior?” questiona um morador.
O vice-presidente da AMAFC, João Martins Pereira, (54), lamenta que nos fins de semana aconteçam brigas entre gangues, conflitos que poderiam ser evitados se houvesse policiamento. “Esses indivíduos se sentem impunes. O povo está sendo prejudicado. As pessoas estão com medo de deixar as suas casas. Fazemos um apelo às autoridades que nos ajudem a resolver esse problema o mais rápido possível, caso contrário, sofreremos mais consequências na agrovila. A situação está piorando”, expõe J. Martins.

                 Vila Amazônia

      Vila Amazônia está abandonada pelo poder público sem um policiamento ostensivo, diz morador

 “A Vila Amazônia não é mais uma comunidade, hoje mais de mil famílias moram lá, e nos finais de semana a população no local dobra, infelizmente, dois policiais não contém as ações dos bandidos que ditam as regras de quem pode ou não andar nas ruas e estradas. A noite, os desocupados ficam nas esquinas e dominam a área e nos sentimos coagidos em não poder sair de casa seguros e sem poder participar dos eventos promovidos na localidade”.
Esse é o relato de um morador da Vila Amazônia que pediu para não ter o nome revelado por causa de represália de possíveis desordeiros que estariam dominando e ditando regras na Vila Amazônia. Ele afirma que está preocupado com o crescente índice de violência que vem ocorrendo na agrovila que hoje estaria com 80% das ruas no escuro. “Estamos abandonados pelo poder público e sem um policiamento ostensivo. As famílias ficam a mercê dos bandidos. Por falta de segurança, os moradores já começam a falar em fazer justiça com as próprias mãos”, comenta.

Insatisfação

O morador demonstra insatisfação porque os desocupados não são presos, já que de acordo com ele, são velhos conhecidos da Polícia. “São quatro irmãos que antes metiam terror na Vila, já haviam parado de aprontar, mas pela falta de policiamento voltaram a agir, espancando e esfaqueando pessoas, inclusive pessoas de bem. No sábado, eles espancaram um senhor de nome Ivan e o filho dele que vinham de moto na estrada. Empurraram os dois em um abismo e como sobreviveram a queda, foram espancados e tiveram a moto destruída. Se as pessoas não tivessem interferido, pai e filho estariam mortos”, conta o morador.

Medo

O medo toma conta dos moradores já que segundo o informante os elementos dizem que não respeitam nem a Polícia. Domingo (11) por volta de 16h no meio de centenas de pessoas, após um deles receber voz de prisão, os outros ameaçaram espancar o policial se não liberasse o preso. “Partiram pra cima do PM que para se defender efetuou três disparos de arma de fogo. Se ele não tivesse atirado, teria apanhado com a arma na mão. Os tiros provocaram pânico na multidão que gritava e corria pra todo lado”.
O morador afirmou que a situação está prejudicando o escoamento da produção dos assentados, pois os mesmos estão com medo de transitar na estrada e encontrar com os irmãos violentos. “Quando eles estão sob efeito de entorpecentes não respeitam ninguém. Pelos últimos acontecimentos a coisa piorou ainda mais. Pedimos ao Ministério Público, a Justiça, ao Governador do Estado, a Polícia Civil e Militar que nos socorram antes que o pior aconteça”, finaliza.

Reportagem: Ataíde Tenório (Vila Amazônia) - Geandro Soares (Caburi) 

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