Estudantes, professores e movimentos
sociais percorreram a rua Paraíba com cartazes reivindicando melhorias
Depois do desfile de civis e
militares, na Parada Cívica de 7 de Setembro, data que relembra a Independência
do Brasil, estudantes, professores e participantes de movimentos sociais
percorreram a Avenida Paraíba com cartazes reivindicando melhorias para
Parintins.
Gritando palavras de ordem, cantando
“Que país é esse” (de Renato Russo), os manifestantes trouxerem cartazes que
exigiam saúde, educação, dignidade, ética e mais comprometimento dos políticos
com o bem estar do Município e do Estado.
Demonstrando organização e
inteligência, o manifesto apresentou o voto de cabresto, de modo descontraído,
por meio de uma dramatização de um jovem de paletó que andava na frente puxando
pessoas acorrentadas pelas mãos. A ação
foi aplaudida de pé pelo povo das arquibancadas e por aqueles que já estavam
nas laterais da avenida e esperaram para assistir a passagem dos manifestantes.
Contratempos
Os manifestantes enfrentaram certa
resistência, logo que chegaram a Praça dos Bois. O jovem Clenerson que estavam
posicionados na arquibancada do desfile, ao tentar abrir um cartaz com palavras
de protesto, foi intimidado por um PM da reserva que subiu e arrancou o cartaz
da mão do manifestante.
“Nós não estamos aqui para tirar ou
colocar ninguém no poder. Queremos apenas que nossos direitos de cidadão sejam
respeitados. Eu queria mostrar minhas reivindicações, mas um senhor que era
soldado da PM e já está aposentado, foi lá em cima, na arquibancada e arrancou
da minha mão meu cartaz e me mandou descer”, conta o jovem.
O fotógrafo e professor de
fotografia, Paulo Sicsú, que estava registrando a parada cívica, também foi
intimidado por um empresário que trabalhava na realização do evento, após ter
fotografado a ação da pessoa que seria um soldado da reserva contra o
manifestante na arquibancada.
Os outros manifestantes que se
concentravam na Rua Maués, encontraram um cordão de isolamento feito por
guardas municipais e grades de proteção de ferro, na tentativa de impedir a
manifestação. Após a intervenção da Polícia Militar, explicando que a
manifestação pacífica é direito do cidadão, houve a possibilidade das pessoas
se posicionarem na Avenida Paraíba para iniciar o manifesto.
O movimento
Segundo organizadores cerca de setessentas pessoas
participaram do manifesto
O Movimento Acorda Parintins 3,
organizado por adolescentes, jovens e acadêmicos da UEA, O Manifesto Acorda
Parintins III, se desencadeou por causa de manifestos em todo Brasil pedindo
saúde, educação e dignidade para os brasileiros, no dia 7 de Setembro, e
Parintins apoiou e aderiu.
Ivone Eleutério, acadêmica de
enfermagem, do Cesp UEA, explica que o Movimento Acorda Parintins 3 já possui
credibilidade e é bem visto pela população, além de ser um movimento
apartidário. “Em nenhum momento o movimento tentou denegrir a imagem do prefeito,
não é uma questão pessoal, e sim de insatisfação com a situação da cidade, um
verdadeiro caos”.
“Vimos que os jovens queriam participar e alguns
pais tentaram impedir, mais eles não se intimidaram e buscaram os cartazes e as
faixas. E ficamos muito satisfeitos com a participação dos Emos, pois, apesar
de muitas pessoas demostrarem preconceito e medo pelo jeito como eles se
vestem, eles estavam lá desde as 15hs e mostraram a cara da juventude, junto
com os outros estudantes, com faixas e cartazes, gritando numa só voz “Que país
é esse?”, por que queremos melhoria para o nosso país e para Parintins”,
explica Ivone.Fotos: Ataíde Tenório
Nenhum comentário:
Postar um comentário