Stanley
Martins com o filho morto nos braços afirma que houve negligência médica
O músico Stanley Martins dos Santos, 25, afirma que a esposa
dele, a cantora Jonilce Teixeira de Araújo, 23, ficou oito dias com dores para
ter criança, indo e voltando aos hospitais da cidade. Na manhã de segunda-feira
(23), a criança nasceu no Hospital Jofre Cohen (HJC), e duas horas depois
morreu. A família acusa negligência médica e declara que vai denunciar o caso à
Promotoria Pública. O médico Oswaldo Ferreira, diretor do HJC, nega a
negligência e afirma que todos os procedimentos clínicos foram adotados no
caso.
Stanley garante que a esposa fez o
pré-natal correto e na carteira de gestante consta que ela não tinha condições
de ter o filho normal e a cesariana estava marcada para 15 de setembro. “No dia
15 a levei ao Hospital Padre Colombo (HPC), mais após vários toques a
liberaram. Ela continuou com muitas dores e sempre retornávamos ao hospital,
diziam que não estava na hora de nascer e que o batimento cardíaco do bebê
estava normal. Domingo dia 22 ela não aguentou mais e por volta de 9h deu
entrada no Jofre Cohen. Foi nosso terceiro filho, os anteriores nasceram por
cesariana, mas nunca tinha a visto sofrer tanta dor. No HJC não tinha médico
obstetra para fazer a cirurgia, uma enfermeira prestou assistência e alegou que
estava tudo normal. Minha esposa sofreu a madrugada toda, pedi a enfermeira que
chamasse alguém que a operasse, ela respondeu que a doutora só chegaria por
volta de 7h de segunda-feira”, afirma o músico.
Stanley afirma que o filho nasceu por volta de 12h e às 14h32 faleceu
O pai afirma que o bebê nasceu por
volta de 12h e às 14h32 faleceu. “Não colocaram só a vida do meu filho em
risco, mais da minha esposa também. Isso foi negligência, pois quando viram o
sofrimento dela deveriam ter operado. Meu filho nasceu com vida, mas inalou
resto de parto, não resistiu e morreu. A dor que sinto é grande e só Deus pode
amenizar. Vou denunciar o caso a Promotoria, pois meu filho lutou muito para
sobreviver, dava pra sentir ele mexendo dentro da barriga da mãe”, lamenta
Stanley.
Esclarecimento
Em entrevista ao Gazeta Parintins, o
médico Oswaldo Ferreira, garantiu que todos os procedimentos para o bom
atendimento do caso foram feitos. Ele disse que vai aguardar a formulação da
denúncia para que se manifeste, mas adiantou que a jovem deu entrada na unidade
de saúde às 17h45 do dia 22 de setembro. “Ela deu entrada com trabalho de
parto, mas segundo o prontuário médico, o colo do útero estava fechado, e o
batimento cárdio fetal em 148, o trabalho de parto não estava instalado
efetivamente, e não havia sofrimento fetal. No monitoramento do batimento
cárdio fetal (batimento do coração), feito a noite, em nenhum momento houve
variação. Quando há sofrimento fetal, o coração chaga entre 160 e 180
batimentos. No momento seguinte começa a baixar e chega abaixo de 120 batidas,
o que significa que o caso é ainda mais grave, e em momento algum houve essa
variação”, garante o médico.
Demonstrações
Osvaldo revela que na
ultrassonografia da manhã do dia 23, constava que havia pouco líquido amniótico
na cavidade uterina da paciente. “O normal seria 8 e 10 de líquido e só havia
2, e foi indicado o parto Cesário. A criança foi retirada às 10h30 e nasceu com
insuficiência respiratória aguda e houve aspiração de mecónio, lamentamos o
ocorrido e a dor na família”, enfatiza.
Ao lamentar o fato, o médico afirma
que, se o caso ocorresse em um grande centro de referência, com todas as
aparelhagens necessárias que a medicina oferece, a história poderia ser
diferente. “Temos muito mais que a maioria dos municípios do interior do
Amazonas, e dentro de nossas limitações, cumprimos com tudo o que a boa prática
médica induz”, reforça.
Na
declaração de óbito consta que a causa da morte da criança foi Anoxia
Jonilce esta em casa e passa bem. Na
declaração de óbito, consta que a causa da morte da criança foi Anoxia,
aspiração meconial e sofrimento fetal agudo. No documento, não consta o horário
de nascimento do menino, mas segundo a família, foi entre 11h30 e 12h. Consta
ainda na certidão, que a mãe estava com 40 semanas de gestação e a criança
pesou 3 quilos e 40 gramas ao nascer. O médico Luisvaldo da Silva Pereira, foi
quem assinou o documento.
Ataíde Tenório
Nenhum comentário:
Postar um comentário