“Hoje
estamos praticamente pilhados de adolescentes indisciplinados nas escolas, por
isso nos preocupamos com o futuro da cidade daqui a vinte anos. Se a gente não
preparar esses adolescentes agora, ficaremos a mercê de pessoas de fora para
comandar nossa cidade. O Conselho está lutando, indo nas casas, procurando pai
e mãe, dizendo que esses adolescentes são o futuro de Parintins”.
Essa foi a
declaração do conselheiro tutelar, Marcos Azevedo, após ser acionado por uma
gestora para resolver mais um problema de indisciplina de estudante. Segundo o
profissional, todo dia atendem inúmeras ocorrências nas escolas e problemas
familiares são as principais causas de rebeldia de alunos. A reportagem
acompanhou a visita do conselheiro, terça-feira às 16h45, a casa do adolescente
de 15 anos, no bairro Francesa. O rapaz que falou palavrões para a gestora,
mora com o pai que é separado da mãe, afirmou que sofre com problemas
familiares, mas prometeu tentar melhorar na escola.
“Por ser de
família humilde, a gestora sempre ajuda ele, comprando calça, sapato, pra não
faltar na escola. Parintins tem alunos destaques na educação que já ganharam
vários prêmios, e é muito triste ver um adolescente fazendo isso com quem está
fazendo o bem pra ele. Juntos, Conselho, gestora, professores e família, vamos
conseguir resgatar esse adolescente para o bem e que seja um rapaz futuramente
qualificado para nossa cidade”, confia o conselheiro.
Desestruturação
familiar
Azevedo
afirma que o Conselho vai entrar em contato com o Grupo de Gestão Integrada
(GGI) local para levar o assunto e encontra uma solução. “A desestruturação
familiar é um dos principais problemas que levam a rebeldia desses
adolescentes, pois quando um casal se separa, geralmente a criança é
penalizada. A base da educação é a família. A escola existe pra educar o
cidadão a ser alguém na vida. Parintins
vai ser melhor futuramente com mais disciplina e educação para todas as nossas
crianças e adolescentes”, ressalta Azevedo.
De acordo
com ele, a escolas têm profissionais que fazem visita nas famílias desses
adolescentes e quando não resolvem o conselho é acionado. “As escolas são
obrigadas a acionar o Conselho Tutelar quando está acontecendo evasão, falta
não justificada, indisciplina, pra ver o que pode fazer e vamos levar ao
conhecimento do Ministério Público o que está acontecendo dentro dos
educandários”.