Assembleia Geral Extraordinária foi realizada na Escola de Artes Irmão
Miguel de Pascalle
Foto: Pitter Freitas
Durante a
Assembleia Geral Extraordinária, realizada na Escola de Artes “Irmão Miguel de
Pascalle”, quinta-feira (14), foram apresentados aos sócios do Boi-Bumbá
Caprichoso, os resultados obtidos após uma auditoria interna independente. Sob
a responsabilidade do auditor e contador Jorge Edson Queiros, a auditoria
apontou uma dívida orçada em pouco mais de R$ 3,5 milhões deixada por
ex-administradores do Boi nos últimos oito anos.
Débitos
negativos de dívidas trabalhistas, taxas de água e luz, alugueis, contratos de
empresas de som, iluminação e de fogos de artifícios, entre outros, constam na
lista de inadimplência. Segundo dados da
auditoria, nos cinco anos a frente da Associação (2005-2010), Carmona Oliveira
declarou que recebeu em recursos financeiros R$ 25.637.806,48, mas devido a
falta de documentação, a auditoria não pôde comprovar se a informação é válida.
Na gestão de Márcia Baranda (2011-2013), foi declarado que o Boi movimentou
quase R$ 22,5 milhões, sendo que, baseada nas notas, contratos e demais
documentações deixadas, a auditoria demonstrou que o recurso obtido pelo Boi
foi de aproximadamente R$ 28 milhões.
O contador
afirmou que “as prestações de contas das administrações passadas não foram
feitas com lisura e que demais débitos poderão surgir pelo descumprimento de
legislação trabalhista, previdência e tributária, além de contratos
desconhecidos por falta de documentos”. O consultor financeiro e um dos
responsáveis pela captação de recursos para os Bumbás de Parintins, André Luiz
Guimarães, reforçou a veracidade das informações apontadas pela auditoria.
Expulsão
O Conselho
de Ética do Boi, pediu a expulsão de Carmona Oliveira e Márcia Baranda do
quadro de sócios do Caprichoso. A medida foi acatada pelo presidente Joilto
Azedo e pela maioria dos sócios presentes. Um grupo de sócios se manifestou a
favor da permanência dos ex-gestores.
Carmona e Márcia percorreram no dia seguinte as rádios locais para se
defender das acusações. Os dois declararam não ser contra auditoria e
anunciaram que vão recorrer hoje (18) à justiça para retornarem ao quadro de
associados alegando que não tiveram oportunidade de se defender.
Carmona alega injustiça e covardia
“Fui
presidente por cinco anos e posso dizer que talvez nenhum presidente recebeu o
Boi da forma como recebemos. Naquela época, não só o Carmona, mas uma grande
equipe que tínhamos, conseguimos tirar o Boi da situação que estava. O que foi
feito conosco é covardia, uma injustiça. Todos sabem a responsabilidade, o
carinho e o amor que sempre tivemos e tratamos o Caprichoso, o festival e
Parintins”, disse Carmona.
Márcia declara que o Boi tinha dívidas, porém não denegriram ninguém
Marcia
Baranda declarou que o Boi tinha muitas dívidas e outras de ex-presidentes
apareceram. “Nós fizemos o que o Caprichoso sempre fez. No nosso entendimento,
as contas são do Boi e não levamos ninguém a ter a imagem denegrida. Agora
resolveram achar tanto débito que querem ficar igual o contrário (Garantido)”.
Recado
Nada mais
justo em apresentar a real situação do Boi, disse JoiltoAzedo
JoiltoAzêdo
respondeu as declarações e mandou um recado para a ex-presidente. “Não adianta
esconder as coisas, precisamos que o festival de Parintins tenha transparência.
Nada mais justo em apresentar a real situação do Boi. Ela tem essa síndrome de
perseguição. É uma pessoa religiosa, mas no final acaba fazendo tudo errado, espero
que faça uma análise das coisas que fala e respeite as pessoas, não vou temer
intimidação. Sou presidente do Caprichoso e tenho que lutar pela nossa
Associação, não sou e jamais serei irresponsável”, contesta Joilto.
Geandro Soares
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