segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Auditoria, expulsão e troca de acusações entre situação e oposição no Boi Caprichoso




         Assembleia Geral Extraordinária foi realizada na Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle
         Foto: Pitter Freitas

Durante a Assembleia Geral Extraordinária, realizada na Escola de Artes “Irmão Miguel de Pascalle”, quinta-feira (14), foram apresentados aos sócios do Boi-Bumbá Caprichoso, os resultados obtidos após uma auditoria interna independente. Sob a responsabilidade do auditor e contador Jorge Edson Queiros, a auditoria apontou uma dívida orçada em pouco mais de R$ 3,5 milhões deixada por ex-administradores do Boi nos últimos oito anos.

Débitos negativos de dívidas trabalhistas, taxas de água e luz, alugueis, contratos de empresas de som, iluminação e de fogos de artifícios, entre outros, constam na lista de inadimplência.  Segundo dados da auditoria, nos cinco anos a frente da Associação (2005-2010), Carmona Oliveira declarou que recebeu em recursos financeiros R$ 25.637.806,48, mas devido a falta de documentação, a auditoria não pôde comprovar se a informação é válida. Na gestão de Márcia Baranda (2011-2013), foi declarado que o Boi movimentou quase R$ 22,5 milhões, sendo que, baseada nas notas, contratos e demais documentações deixadas, a auditoria demonstrou que o recurso obtido pelo Boi foi de aproximadamente R$ 28 milhões.

O contador afirmou que “as prestações de contas das administrações passadas não foram feitas com lisura e que demais débitos poderão surgir pelo descumprimento de legislação trabalhista, previdência e tributária, além de contratos desconhecidos por falta de documentos”. O consultor financeiro e um dos responsáveis pela captação de recursos para os Bumbás de Parintins, André Luiz Guimarães, reforçou a veracidade das informações apontadas pela auditoria.

Expulsão

O Conselho de Ética do Boi, pediu a expulsão de Carmona Oliveira e Márcia Baranda do quadro de sócios do Caprichoso. A medida foi acatada pelo presidente Joilto Azedo e pela maioria dos sócios presentes. Um grupo de sócios se manifestou a favor da permanência dos ex-gestores.  Carmona e Márcia percorreram no dia seguinte as rádios locais para se defender das acusações. Os dois declararam não ser contra auditoria e anunciaram que vão recorrer hoje (18) à justiça para retornarem ao quadro de associados alegando que não tiveram oportunidade de se defender.

       Carmona alega injustiça e covardia

“Fui presidente por cinco anos e posso dizer que talvez nenhum presidente recebeu o Boi da forma como recebemos. Naquela época, não só o Carmona, mas uma grande equipe que tínhamos, conseguimos tirar o Boi da situação que estava. O que foi feito conosco é covardia, uma injustiça. Todos sabem a responsabilidade, o carinho e o amor que sempre tivemos e tratamos o Caprichoso, o festival e Parintins”, disse Carmona.

 Márcia declara que o Boi tinha dívidas, porém não denegriram  ninguém

Marcia Baranda declarou que o Boi tinha muitas dívidas e outras de ex-presidentes apareceram. “Nós fizemos o que o Caprichoso sempre fez. No nosso entendimento, as contas são do Boi e não levamos ninguém a ter a imagem denegrida. Agora resolveram achar tanto débito que querem ficar igual o contrário (Garantido)”.

                   Recado

  Nada mais justo em apresentar a real situação do Boi, disse JoiltoAzedo

JoiltoAzêdo respondeu as declarações e mandou um recado para a ex-presidente. “Não adianta esconder as coisas, precisamos que o festival de Parintins tenha transparência. Nada mais justo em apresentar a real situação do Boi. Ela tem essa síndrome de perseguição. É uma pessoa religiosa, mas no final acaba fazendo tudo errado, espero que faça uma análise das coisas que fala e respeite as pessoas, não vou temer intimidação. Sou presidente do Caprichoso e tenho que lutar pela nossa Associação, não sou e jamais serei irresponsável”, contesta Joilto.

Geandro Soares

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