quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Coleta de ovos de quelônios recorde no Mamuru

       Recorde na coleta de ovos de quelônios é comemorado pelos agentes ambientais voluntários

Após muito sofrimento, noites sem dormir e se esquivando das ameaças de morte sofridas durante mais um ano de luta pela preservação de quelônios, o ambientalista Raimundo Costa dos Santos, 50, (o Raimundo Bananeira) morador da comunidade Mirizal, no rio Mamuru, comemora o recorde na coleta de ovos pelos agentes ambientais voluntários daquela região. Segundo ele, em torno de oito mil ovos de tracajás, pitiús, cabeçudos e tartarugas, foram coletados e implantados nas chocadeiras em três comunidades.

Bananeira revela que na região do Mamuru existem treze comunidades onde moram aproximadamente 3.800 pessoas, mas somente as comunidades Sabina, Nossa Senhora de Lurdes (conhecida como Forca) e Mirizal pertencem ao projeto. “Somos apenas seis agentes ambientais e mesmo sem apoio do Ibama, Sema e Polícia Ambiental, fazemos nosso trabalho. Só contamos com a ajuda de Deus e sabemos que no final seremos vitoriosos”.

Vitória

Segundo o ambientalista, na Sabina mais de 90% dos comunitários fazem parte do projeto e a chocadeira está com aproximadamente 1.300 ovos. Na comunidade da Forca, a chocadeira está com aproximadamente 350 ovos, e no Mirizal 5.300, entre ovos de tracajá, pitiús e cabeçudos. Ele comemora que nas três chocadeiras, também estão implantados mais de 1.000 ovos de tartarugas, o que totaliza quase oito mil ovos de quelônios ao que ele chama de vitória em favor da natureza.

Raimundo Santos se diz entusiasmado em ver que na comunidade Sabina, famílias inteiras se unem para realizar as coletas e sente a felicidade em participar do projeto contribuindo para o bem estar deles e da natureza. “Espero que um dia esse sentimento de preservação que tomou conta dos moradores contagie todos das comunidades do Mamuru e região. Como forma de agradecimento, os agentes colocam nas placas de identificação das ninhadas, o nome das famílias que realizaram a coleta”.

Conscientização

                                      Raimundo Santos diz entusiasmado com o projeto

Para o voluntário, muitas pessoas que ainda não se conscientizaram os ameaçam de morte e têm a finalidade de amedrontá-los para que desistam do trabalho, mas não vão desistir. “A natureza precisa de nós. Preservar as espécies é preservar o futuro de nossos descendentes e dos próprios descendentes dessas pessoas. Eu não vou brigar com eles, pois trabalho hoje para que um dia ainda possa ver os filhos, netos ou bisnetos deles lutando conosco pela preservação do lugar onde moramos e de onde tiramos nosso sustento”.

Segundo ele, no local ainda podem contemplar animais, matas e praias que a natureza proporciona e a luta contra a devastação e poluição é árdua. “Sabemos que a luta é por uma causa justa e pelo bem estar de várias espécies. Deus determina as coisas que faremos de bem para todos, e nos momentos de luta sentimos aquela força que vem Dele e por isso acreditamos na vitória. Se todos abraçarem a causa, os dias que hão de vir ao invés de fome, teremos fartura, pois se preservarmos os quelônios, vamos aprender a preservar os rios, peixes e as matas”, finaliza.

   Ataíde Tenório

Nenhum comentário:

Postar um comentário