quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Free Step afasta crianças e adolescentes da criminalidade em Parintins, mas não tem apoio



       Praticantes sofrem com a falta de apoio e o preconceito da sociedade

“Vemos a realidade de Parintins, crianças nas drogas, menor se envolvendo com crimes. Desde 2009 a gente organiza eventos de FreeStep. Fazemos esse projeto pensando em afastar as crianças e adolescentes do criminalidade. Na modalidade se distraem, não estão nas ruas fazendo coisas banais. Mas, poucas pessoas se empenharam para ajudar a gente, independente de tudo, faço isso em prol a eles. Não temos nenhum apoio do poder público e de vez em quando ainda somos criticados”.

Esse é o desabafo de Yann de Oliveira, 20, um dos líderes do Free Step, em Parintins, onde praticam mais de 100 crianças e adolescentes. A dança consiste em deslizar sobre o chão fazendo movimentos com as pernas e mãos sob as batidas da música eletrônica. De acordo com Yann, a situação do Freestep em Parintins está difícil e outras culturas, como o hip hop, estão sumindo da cidade, por falta de apoio e de espaço para os praticantes. “É triste a situação da Praça Digital Cristo Redentor, local onde nos reunimos, antes ainda tinha uma cobertura, o que falta em Parintins é um centro esportivo, para todo mundo se juntar, fazer campeonato, não só de FreeStep, mas de outros danças e esportes. A gente pede as pessoas de coração que ajudem a gente. Nossa luta é diária”.

                    Ocupação


O dancer Wellington Rodrigues, 19, disse estar triste em ver a situação do FreeStep e de todos os esportes radicais na Ilha. “Sempre houve esse preconceito que a gente vive no mundo das drogas, mas na realidade, tiramos os meninos das drogas, procuramos ocupar o espaço deles, ao invés de estarem envolvidos com marginais. Por causa desse preconceito, já fui agredido por um guarda municipal na Praça”, conta.


Para Martin Victor Azedo, 18, o FreeStep é união, pois o grupo se ajuda. “Gravamos vídeo e postamos no You Tube pra levarmos a dança pra fora, a gente procura cada melhorar. Já faz um tempo a nossa luta”.  Conversamos com os dancers sábado (02) quando estavam promovendo um campeonato na Praça Digital, mas às 22h as finais foram interrompidas porque guardas municipais desligaram o som da tomada sem dar nenhuma explicação quanto a atitude.






Por Geandro Soares

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