Praticantes sofrem com a falta de apoio e o
preconceito da sociedade
“Vemos a
realidade de Parintins, crianças nas drogas, menor se envolvendo com crimes.
Desde 2009 a gente organiza eventos de FreeStep. Fazemos esse projeto pensando
em afastar as crianças e adolescentes do criminalidade. Na modalidade se
distraem, não estão nas ruas fazendo coisas banais. Mas, poucas pessoas se
empenharam para ajudar a gente, independente de tudo, faço isso em prol a eles.
Não temos nenhum apoio do poder público e de vez em quando ainda somos
criticados”.
Esse é o desabafo de Yann de Oliveira, 20, um dos líderes do Free Step, em Parintins,
onde praticam mais de 100 crianças e adolescentes. A dança consiste em deslizar
sobre o chão fazendo movimentos com as pernas e mãos sob as batidas da música
eletrônica. De acordo com Yann, a situação do Freestep em Parintins está
difícil e outras culturas, como o hip hop, estão sumindo da cidade, por falta
de apoio e de espaço para os praticantes. “É triste a situação da Praça Digital
Cristo Redentor, local onde nos reunimos, antes ainda tinha uma cobertura, o
que falta em Parintins é um centro esportivo, para todo mundo se juntar, fazer
campeonato, não só de FreeStep, mas de outros danças e esportes. A gente pede
as pessoas de coração que ajudem a gente. Nossa luta é diária”.
Ocupação
O dancer
Wellington Rodrigues, 19, disse estar triste em ver a situação do FreeStep e de
todos os esportes radicais na Ilha. “Sempre houve esse preconceito que a gente
vive no mundo das drogas, mas na realidade, tiramos os meninos das drogas,
procuramos ocupar o espaço deles, ao invés de estarem envolvidos com marginais.
Por causa desse preconceito, já fui agredido por um guarda municipal na Praça”,
conta.
Para Martin
Victor Azedo, 18, o FreeStep é união, pois o grupo se ajuda. “Gravamos vídeo e
postamos no You Tube pra levarmos a dança pra fora, a gente procura cada
melhorar. Já faz um tempo a nossa luta”.
Conversamos com os dancers sábado (02) quando estavam promovendo um
campeonato na Praça Digital, mas às 22h as finais foram interrompidas porque
guardas municipais desligaram o som da tomada sem dar nenhuma explicação quanto
a atitude.
Por Geandro Soares
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