Mais de trezentos quilos de
pescado, motores e arreios de pesca foram apreendidos na operação
Após matéria denúncia de depredação
do lago Macuricanã publicada na edição de segunda-feira (13), do Jornal GAZETA
PARINTINS, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma)
e Polícia Militar, apreendeu mais de trezentos quilos de pescado, motores, arreios de pesca e notificou dezenas de
pescadores. Durante a ação, que aconteceu quarta-feira (14), o agente do Ibama,
Salvador Leal, foi ameaçado por um pescador armado com um terçado.
Welington Ferreira, gerente do
escritório local do Ibama, revela que a operação foi montada com apoio de
outros órgãos públicos. “Na tarde de terça-feira recebermos a denúncia através
do GAZETA PARINTINS e na manhã de quarta-feira conseguimos com apoio da Semma e
da PM nos deslocarmos até lá, e apreendemos vários materiais utilizados pelos
pescadores que foram notificados para comparecerem ao escritório do Ibama”
Welington revela que dois agentes
federias e um terceirizado do Ibama, três soldados militares e dois fiscais da
Semma participaram da operação. Segundo ele, em torno de 30 pessoas foram
notificadas, e devem responder Processo Administrativo e ser multadas. “Elas
responderão na justiça pelos danos ao meio ambiente e crimes contra a natureza,
e também serão processadas criminalmente pelo Ministério Público Federal”.
Ameaça
Ferreira revela que o agente federal
do Ibama, Salvador Leal, foi ameaçado por um pescador que reagiu a abordagem e
não quis entregar os arreios e os peixes que estavam na canoa dele. “O infrator
não quis entregar o arrastão e o Pirarucu. Ele reagiu de forma ríspida a
ameaçou o agente com um facão, mas como a segurança está em primeiro lugar,
preferimos evitar o confronto. Já temos os dados e o local onde mora e após os
procedimentos com os outros pescadores, vamos visitá-lo e realizar os
procedimentos que a lei exige”.
Ao saber do resultado da operação, o
cidadão que denunciou o caso manteve contato com nossa redação e pediu que o
Ibama continue com as operações para evitar a pesca predatória nos lagos
daquela região. Ele informou ainda que as embarcações de grande porte que se
encontravam no local carregadas de peixes, inclusive pirarucu, podem ter sido
avisadas na noite de segunda-feira e fugiram do flagrante. “Alguém com certeza
avisou os donos das embarcações grandes que estavam na entrada do lago, pois do
nada foram embora. Infelizmente foram praticamente lotados de peixes, na
maioria Pirarucu, Tambaqui, Tucunaré e Pescada. Como sempre, os patrões não
foram presos, mas pelo menos apreenderam os arrastões, arrastadeiras,
malhadeiras e motores, assim a devastação deve ser amenizada”, enfatiza o
interiorano.
Agradecimento
Welington agradeceu ao cidadão que
fez a denúncia e ressaltou que as informações são importantes para que possam
agir contra os predadores. “A região do Macuricanã é bastante frágil, um
ecossistema de várzea que sofre com a pressão da pesca. É o caso que em pleno
defeso tinha dezenas de pescadores nos lagos. Outra coisa é pecuária que também
prejudica a área”.
Para ele, a ausência do
órgão gestor da Unidade de Conservação Estadual, o Centro de Unidade de
Conservação (Ceuc), vinculado a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SDS),
infelizmente causa essas situações, já que não há ninguém responsável pelo
órgão no município. “Esse gestor seria responsável de planejar ações de
proteção e monitoramento dos lagos Macuricanã. Isso causa prejuízo a
biodiversidade da área que abastece o recurso pesqueiro da região. Não temos
atribuições na fiscalização daquela região, mas por conta da ausência do órgão
gestor, o Ceuc, de forma supletiva, atendendo as demandas dos moradores, vamos
tentar manter parcerias com a Semma, Defesa Civil, PM para continuar o
monitoramento e tentar manter o recurso pesqueiro na área e não venha diminuir
tanto como vem ocorrendo”, finaliza.
Por Ataíde Tenório (ataidetenorio1@hotmail.com)
Foto cedida pelo Ibama Parintins
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