segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Boato sobre transferência de presos gera tensão em familiares


Parentes de detentos que estão na Unidade Prisional de Parintins (UPP), pernoitaram sexta-feira (24) nas proximidades do presídio, após boatos de transferência de detentos devido a superlotação. Eles alegam que na última rebelião que ocorreu dia 29 janeiro de 2013, foi prometido que ninguém seria transferido, porém sete foram para Manaus e quatro estão em Itacoatiara. A tensão dos familiares começou após revista na UPP, na manhã do dia (24), realizada por 150 militares com a presença do promotor de Justiça André Seffair e Tropa Especializada da PM. Na vistoria foram encontradas tesouras, chaves de fendas, baterias de celulares, entorpecentes, pinças e aproximadamente R$ 300,00.
Eles acreditam que a revista teve o propósito de transferir os presos. “Vai ficar difícil a gente visitá-los em outra cidade porque o custo é alto. O governo do Estado deveria construir um presídio na cidade, como já prometeu”, disse a técnica de enfermagem, Ionara Tavares.
O comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar de Parintins, Major Valadares Pereira Júnior, relatou que a revista foi solicitada há duas semanas pelo diretor do presídio, Carlos Alberto Medeiros, não com intuito de transferir detentos. “Demorou porque esse tipo de procedimentos é feito pela tropa especializada e no interior do Estado não temos, por isso esperamos a autorização para executar a ação. Solicitamos a presença do promotor para que depois não fosse feitas denúncias de excesso e desvio de conduta dos policiais”.
Ele ressalta que a transferência de detentos depende do encaminhamento que será dado pela Justiça local para Manaus, na Vara de Execução Penal. “Aumentou muito a proporção de presos, e se se não tem condições hoje, que dirá daqui pra frente”.

Valadares frisou ainda que o promotor André Seffair reuniu com as Polícias Militar e Civil, dia 22 de janeiro, para verificar de que forma podem amenizar a situação. “A PC vai fazer uma triagem maior com relação aos crimes apresentados na delegacia, para que não sejam encaminhados ao presídio. O Ministério Público recomendará a Justiça a transferência de boa parte dos detidos, uma vez que a UPP tem 151 no regime fechado, mais que o triplo da capacidade”, concluiu.

Geandro Soares

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