Parentes de
detentos que estão na Unidade Prisional de Parintins (UPP), pernoitaram
sexta-feira (24) nas proximidades do presídio, após boatos de transferência de
detentos devido a superlotação. Eles alegam que na última rebelião que ocorreu
dia 29 janeiro de 2013, foi prometido que ninguém seria transferido, porém sete
foram para Manaus e quatro estão em Itacoatiara. A tensão dos familiares
começou após revista na UPP, na manhã do dia (24), realizada por 150 militares
com a presença do promotor de Justiça André Seffair e Tropa Especializada da
PM. Na vistoria foram encontradas tesouras, chaves de fendas, baterias de
celulares, entorpecentes, pinças e aproximadamente R$ 300,00.
Eles
acreditam que a revista teve o propósito de transferir os presos. “Vai ficar
difícil a gente visitá-los em outra cidade porque o custo é alto. O governo do
Estado deveria construir um presídio na cidade, como já prometeu”, disse a
técnica de enfermagem, Ionara Tavares.
O
comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar de Parintins, Major Valadares
Pereira Júnior, relatou que a revista foi solicitada há duas semanas pelo
diretor do presídio, Carlos Alberto Medeiros, não com intuito de transferir
detentos. “Demorou porque esse tipo de procedimentos é feito pela tropa
especializada e no interior do Estado não temos, por isso esperamos a
autorização para executar a ação. Solicitamos a presença do promotor para que
depois não fosse feitas denúncias de excesso e desvio de conduta dos
policiais”.
Ele
ressalta que a transferência de detentos depende do encaminhamento que será
dado pela Justiça local para Manaus, na Vara de Execução Penal. “Aumentou muito
a proporção de presos, e se se não tem condições hoje, que dirá daqui pra
frente”.
Valadares
frisou ainda que o promotor André Seffair reuniu com as Polícias Militar e
Civil, dia 22 de janeiro, para verificar de que forma podem amenizar a
situação. “A PC vai fazer uma triagem maior com relação aos crimes apresentados
na delegacia, para que não sejam encaminhados ao presídio. O Ministério Público
recomendará a Justiça a transferência de boa parte dos detidos, uma vez que a
UPP tem 151 no regime fechado, mais que o triplo da capacidade”, concluiu.
Geandro Soares
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