Reunião aconteceu no fim da tarde de segunda-feira no auditório da
Embrapa em Parintins
Aconteceu
no fim da tarde de segunda-feira (06), no auditório da Embrapa em Parintins,
uma reunião com representantes de entidades ligadas ao setor primário do
município. A finalidade é unir, fortalecer, organizar e legalizar as entidades
ligadas ao setor primário para que o projeto “Base de Serviço de Apoio a
Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar”, uma parceria da União e
Solidariedade das Cooperativas e Empreendimentos de Economia Social do Brasil
(Unisol Brasil) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), seja
desenvolvido em Parintins.
Segundo o
presidente da Colônia dos Pescadores Z-17 de Parintins, e coordenador da base
de serviço da Unisol, Marcos Aurélio Martins da Luz (Marcos da Luz), o projeto
será desenvolvido em Maués, Boa Vista do Ramos, São Sebastião do Uatumã,
Urucará, Barreirinha, Nhamundá e Parintins. “A Z-17 é uma entidade base de
serviços para os trabalhadores da Agricultura Familiar no Baixo Amazonas”,
afirma.
Presidente da Colônia dos Pescadores Z-17 de Parintins, Marcos da Luz
Da Luz
revela que a reunião institucional também teve o intuito de articular as
entidades produtivas de Parintins. “Nosso Município conta com aproximadamente
50 entidades ligadas ao setor primário. Nossa meta é que essas organizações
possam fazer convênios com o governo. Muitas estão regulares e as que não estão
vamos ajudá-las a se regularizarem para que também possam operar no mercado.
Temos que fazer um trabalho bem organizado para que não possamos perder
recursos e com a captação fortalecer a produção agrícola no município”.
O
coordenador da Unisol enfatiza que o segundo passo é elaborar os projetos para
que todas as entidades de Parintins e de outros municípios do Baixo Amazonas,
possam estar aptas a participar de programas como o Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA) da Conab e do Programa da Merenda Escolar e receber os recursos
para que possam fazer as compras junto aos produtores e distribuir a entidades
filantrópicas, escolas e outras entidades cadastradas no programa.
Garantia
Para o
Secretário de Produção e Abastecimento do Município de Parintins, Samaroni da
Silva Moura, foi importante ver as organizações ligadas ao setor primário
discutindo e deliberando avanços e o fortalecimento do setor. “Temos que
fortalecer e fazer o município ser forte na produção agrícola e parar de pensar
em produzir apenas mandioca, macaxeira e banana. Temos que fortalecer o setor e
produzir repolho, batata, tomate com potencial para desenvolver a agricultura e
sermos respeitados na produção de hortaliças e frutas”.
Samaroni
endossa que o encontro foi valioso pela discussão da produção agrícola com as
comunidades o que incentiva o produtor a se organizar em associações e
cooperativas. “Eles também terão a oportunidade de interagirem e assim possam
partir juntos atrás dos recursos. Não podemos apenas doar algumas ferramentas,
mas capacitar nossos produtores rurais. Eles precisam ter domínio das técnicas
agrícolas e possibilidade de fazer com que as futuras gerações permaneçam no
campo fazendo com que o setor primário avance”.
De acordo
com ele, em Parintins é notório muitas pessoas querendo ter um terreno onde
trabalhar e produzir, dessa forma, médicos, policiais, professores e outros
profissionais se tornaram produtores rurais. “Podemos dizer que há uma inversão
onde as pessoas observam a necessidade e veem nisso uma forma de
empreendimento. Temos que apostar no homem do interior como empreendedor rural.
A pedido do prefeito houve o plano da secretaria para que os cursos cheguem até
o produtor rural. Com certeza, 2014 será um ano bom e de conquistas para o setor
primário. Temos técnicos e conhecimento como captar recursos e fazer com que
realmente o setor funcione. Pelo carinho do prefeito Alexandre com o povo do
interior, a capacitação e o conhecimento técnico vai chegar lá com cursos
semi-intensivos para os agricultores”, garante Samaroni.
Órgãos
Wanderley Holanda avaliou a reunião de suma importância para os
produtores
O Sociólogo
e Extencionista Rural do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestado
do Amazonas (Idam), Wanderley Holanda, avaliou a reunião de suma importância
para os produtores rurais e profissionais da área e revelou a defasagem que o
Idam passa pela falta de extecionistas rurais. Também estiveram na reunião
representantes da Embrapa, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretaria de
Abastecimento e outros. Wanderley enfatiza que a produção rural implica em
várias coisas, inclusive em bem estar e organização social, mas em reuniões se
podem criar mecanismos para avançar em conjunto com outras entidades e os
poderes públicos. “Hoje ninguém consegue fazer nada sozinho. Com a soma dos
poderes públicos e órgãos do setor primário e outros, podemos criar condições
oportunas para que os produtores adquiram qualidade de vida”.
O
funcionário lembra que a população do município triplicou em comparação as três
últimas décadas. “Comecei a trabalhar em Parintins em 1977. A população era de
56 mil habitantes, 30 mil na zona rural, 26 mil na zona urbana. Hoje a
população está em torno de 104 mil habitantes, em torno de 75 mil moram na sede
e o restante no interior. Temos um plantel de técnicos, embora competente e
atuante, somos poucos para atender a demanda do município. Conseguimos atender
apenas 40% em termo de produção rural. Nossa expectativa é que o Idam, a nível estadual,
renove e amplie o quadro que está defasado”.
Outra
alternativa para que mais técnicos atendam o setor primário, seria por meio de
parcerias, antes que os antigos se aposentem. “Assim podemos compartilhar o que
sabemos com os novos profissionais que estão chegando ao mercado de trabalho.
Com uma equipe maior, vamos poder fazer um trabalho melhor, qualificado e
volumoso. Precisamos deixar legado a outras gerações. Não quero sair do Idam
levando o que aprendi durante meu trabalho como extencionista rural, mas estar
junto com os novos profissionais da área do setor primário para treiná-los
dentro daquele princípio que é caro para a extensão rural, ‘aprender a fazer
fazendo e compreender porque está fazendo’, assim um dia aprendi e espero poder
ensinar para que o setor primário venha a ganhar”.
Fetagri
Edvaldo Lopes comemorou que a reunião uniu os órgãos ligados ao setor
O
secretário de política agrícola da Federação dos Trabalhadores em Agricultura
do Estado do Amazonas (Fetagri), Edvaldo Lopes de Jesus (Primo), comemorou que
a reunião uniu os órgãos ligados ao setor primário. “O setor primário precisa
estar unido, isso repercute aonde a desinformação chega porque muitas vezes, as
entidades estão muito divididas. Quando existe união e todas as entidades
juntam forças, torna-se uma potencialidade para o município e nós da federação
encaramos como positivo”.
Primo
garante que os assuntos debatidos vão chegar a conhecimento do governo do
Estado, principalmente quanto a defasagem no quadro de técnicos extencionistas.
“Esse assunto tem sito pauta nos eventos “Grito da Terra”. Já solicitamos que
seja feito concurso público para contratar técnicos extencionistas, assim como
a valorização deles, pois é inaceitável em nosso Estado um técnico ganhar pouco
mais de mil reais. O governo fez a contratação de aproximadamente 170, mas
precisa contratar muito mais”.
O
representante da Fetagri lembra que outro assunto debatido no “Grito da Terra”
foi a ampliação e o valor do repasse do Produto Interno Bruto (Pib) para a Secretaria
de Produção que é de 0.84% da arrecadação do Estado. “Isso é muito pouco para o
setor primário. Além disso, precisamos incentivar os técnicos a criar novas
instituições, capacitações, credenciar junto ao Conselho Estadual da
Agricultura para atuar junto aos agricultores”, finaliza Primo.
Ataíde Tenório
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