sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Estudante de medicina surpreso com alto índice de gravidez precoce em Parintins

    

      Número de adolescentes grávidas em Parintins é muito alto, declara estudante de medicina (foto: Internet)

O acadêmico de medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Allen Souza Pessoa, 23, que faz estágio em medicina preventiva e social em Parintins, está surpreso com o número de adolescentes grávidas no município. Allen é um dos seis estagiários do Internato Rural da Ufam que estão na cidade desde o dia 4 de dezembro de 2013, e realizam atendimentos médicos nos postos de saúde Aldrin Verçosa, Darlinda Ribeiro e no interior.
O estudante enfatiza que durante atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em Parintins, é detectado principalmente gravidez na adolescência. “A maioria das pessoas procura os postos de saúde por causa de gripe, resfriado e infecções diarreicas, mas o que chamou atenção de todos os acadêmicos, foi o alto índice de gravidez precoce. Não temos quantidade exata, mas em Parintins o número de adolescentes grávidas é muito alto”.
O futuro médico cita que gravidez precoce é uma realidade que precisa ser amenizada, não só em Parintins, mas noBrasil. “Para minimizar esse problema na adolescência, campanhas preventivas deveriam ser realmente massificadas, como uso de preservativos e de outros métodos contraceptivos”.

Orientação

 Allen Pessoa ressalta que uma gravidez  precoce pode ocasionar inúmeros problemas para a sociedade

Para Allen, além de todos os métodos que podem ser adotados pelo poder público paracombater a gravidez precoce, a família que é a base de uma boa sociedade, também precisa orientar os filhos. “Com a divulgação maciça das campanhas de educação sexual, tanto nas escolas quanto de pais e filhos, acreditamos que essa problemática diminuiria, mas teria que haver uma união de forças para combater esse risco iminente”.
O profissional em saúde afirma que falar sobre sexo ainda é um tabu na sociedade, mas acredita que o paradigma precisa ser quebrado, pois, os jovens sem conhecimento sobre sexo, podem ser facilmente iludidos pelas pressões de outros jovens. “Nesse caso as meninas por pressão dos namorados, promessas e até pelo próprio sentimento que elas sentem naquele momento, acabam se deixando levar, o resultado é o grande índice de adolescentes e jovens grávidas”.
Pessoa diz ainda que uma gravidez precoce pode ocasionar inúmeros problemas de contexto social e na saúde das meninas. “Uma gravidez não planejada pode gerar problemas e transtornos, tanto no contexto de saúde à adolescente quanto social. Primeiro que uma criança passa a cuidar de outra e muitas vezes, a criança traz um transtorno para as famílias e pela juventude dos pais do bebê, a avo tem que cuidar do neto. E pior, se for diferente, o futuro dos adolescentes e da própria criança fica comprometido”.

Consequências

Allen também lembra que por uma gravidez não desejada, as adolescentes correm o risco de não poder mais estudar. “Com a gravidez é comum que as jovens abandonem os estudos que gera a evasão escolar. Sem estudo essa mãe não vai estar preparada para o mercado de trabalho e pior, a gravidez precoce pode causar uma complicação para a saúde, como o risco de hipertensão e complicações no parto. A adolescente ainda não desenvolveu toda a anatomia do corpo necessário para suportar uma gestação, o bebê pode nascer prematuro, com baixo peso, e isso pode trazer complicações também a criança”, salienta.
A reportagem do Gazeta Parintins foi até a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) na manhã quarta-feira (22) para que a secretária, Rainez Rocha, se pronunciasse sobre o assunto, mas ela não se encontrava. No início da tarde, através da coordenadoria de comunicação, Rainez que assumiu o cargo no início do ano, afirmou que está tomando conhecimento da pasta, mas até hoje, terá um relatório sobre o assunto e poderá conceder entrevista ao jornal.

Ataíde Tenório (ataidetenorio1@hotmail.com)

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