Pirarucu é uma das espécies de peixes que vem sendo exterminadas por
pescadores na região
A falta de
estrutura e atitude por parte de diretores de órgãos competentes e de
conscientização por parte de pescadores e ex-agentes ambientais, são as causas
do extermínio de espécies de peixe como Pirarucu, que a pesca é proibida por
lei, assim como o Tambaqui. Além destas, a pesca do Mapará também é proibida
até março, quando termina o Defeso, mas vem ocorrendo nos lagos do complexo
Macurinanã. A informação é de um cidadão que em contato com a redação do jornal
Gazeta Parintins, afirma ser morador da região do Paraná do Espirito Santo, e
pediu para não ter o nome revelado por medo de represália.
O cidadão
informa que há pelo menos uma semana, ligou para o escritório local do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), para denunciar o caso, mas até o fim da manhã de sexta-feira (10), não
houve qualquer ação dos fiscais do órgão na região, por isso, acionou a
imprensa. “O verão inteiro tenho visto centenas de toneladas de Tambaqui,
Pirarucu, Mapará, Tucunaré, Pescada, Aruanã e outras espécies serem retiradas
dos lagos Boto Grande, Gonçalo e da Fartura. Pescadores e até pessoas que antes
eram agentes ambientais, estão exterminando essas espécies de peixes nesses
lagos”.
O
interiorano se diz preocupado porque os lagos servem de criatório de peixes,
mas pelos menos 30 homens, divididos em 3 equipes, além de matar os peixes,
cortam o capim que é a proteção natural das espécies. “O que eles estão
cometendo é um crime e se continuarem, em dois ou três anos não vai mais
existir capim e os lagos vão secar. Além de cortar o capim e os aningais, tocam
fogo em tudo. Com a subida da água esses barrancos vão desprender e vão embora
e o abrigo dos peixes para a procriação acaba e as espécies correm risco de
acabar”.
Para o
cidadão, se o Ibama e outros órgãos responsáveis ambientais não tomarem uma
atitude de fiscalizar fatos como esses, em pouco tempo o povo que mora naquela
região e tira o sustento desses lagos, vai começar a passar fome. “O lago da
Fartura é um exemplo, antes era farto e está devastado. Em outros lagos, rios e
paranás, as mesmas espécies já estão de filho, mas as que habitam esses lagos
ainda estão de ova”.
Ibama
Nossa
reportagem levou a denúncia ao escritório local do Ibama e fiscal Salvador
Leal, confirmou que o órgão já tinha conhecimento da denúncia, mas por falta de
estrutura a fiscalização não foi feita. O diretor do escritório revelou que
ainda tentou junto a Polícia Militar e a Defesa Civil do Município parceria
para realizar a fiscalização, mas até o fechamento desta edição não tinha
conseguido apoio para deslocar os fiscais até o local apontado.
“Esse tipo
de fiscalização é de responsabilidade do Ministério da Pesca. O Ibama realiza
supletivamente as ações, mas infelizmente está sem estrutura o que inviabiliza
o trabalho. Como o Macuricanã é uma Área de Proteção Ambiental (Apa), o
Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) deveria
fiscalizar, e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) também, já que os
lagos estão no perímetro do município. Sabemos que pessoas que antes atuavam na
preservação desses lagos, hoje são os maiores predadores. O legado que deixam
aos descendentes é a certeza que vão sofrer as consequências das atitudes
irresponsáveis que praticam”, finaliza Salvador.
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