segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Matança de Pirarucu e Tambaqui no Complexo Macuricanã


        Pirarucu é uma das espécies de peixes que vem sendo exterminadas por pescadores na região
  
A falta de estrutura e atitude por parte de diretores de órgãos competentes e de conscientização por parte de pescadores e ex-agentes ambientais, são as causas do extermínio de espécies de peixe como Pirarucu, que a pesca é proibida por lei, assim como o Tambaqui. Além destas, a pesca do Mapará também é proibida até março, quando termina o Defeso, mas vem ocorrendo nos lagos do complexo Macurinanã. A informação é de um cidadão que em contato com a redação do jornal Gazeta Parintins, afirma ser morador da região do Paraná do Espirito Santo, e pediu para não ter o nome revelado por medo de represália.
O cidadão informa que há pelo menos uma semana, ligou para o escritório local do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para denunciar o caso, mas até o fim da manhã de sexta-feira (10), não houve qualquer ação dos fiscais do órgão na região, por isso, acionou a imprensa. “O verão inteiro tenho visto centenas de toneladas de Tambaqui, Pirarucu, Mapará, Tucunaré, Pescada, Aruanã e outras espécies serem retiradas dos lagos Boto Grande, Gonçalo e da Fartura. Pescadores e até pessoas que antes eram agentes ambientais, estão exterminando essas espécies de peixes nesses lagos”.
O interiorano se diz preocupado porque os lagos servem de criatório de peixes, mas pelos menos 30 homens, divididos em 3 equipes, além de matar os peixes, cortam o capim que é a proteção natural das espécies. “O que eles estão cometendo é um crime e se continuarem, em dois ou três anos não vai mais existir capim e os lagos vão secar. Além de cortar o capim e os aningais, tocam fogo em tudo. Com a subida da água esses barrancos vão desprender e vão embora e o abrigo dos peixes para a procriação acaba e as espécies correm risco de acabar”.
Para o cidadão, se o Ibama e outros órgãos responsáveis ambientais não tomarem uma atitude de fiscalizar fatos como esses, em pouco tempo o povo que mora naquela região e tira o sustento desses lagos, vai começar a passar fome. “O lago da Fartura é um exemplo, antes era farto e está devastado. Em outros lagos, rios e paranás, as mesmas espécies já estão de filho, mas as que habitam esses lagos ainda estão de ova”.

Ibama

Nossa reportagem levou a denúncia ao escritório local do Ibama e fiscal Salvador Leal, confirmou que o órgão já tinha conhecimento da denúncia, mas por falta de estrutura a fiscalização não foi feita. O diretor do escritório revelou que ainda tentou junto a Polícia Militar e a Defesa Civil do Município parceria para realizar a fiscalização, mas até o fechamento desta edição não tinha conseguido apoio para deslocar os fiscais até o local apontado.
“Esse tipo de fiscalização é de responsabilidade do Ministério da Pesca. O Ibama realiza supletivamente as ações, mas infelizmente está sem estrutura o que inviabiliza o trabalho. Como o Macuricanã é uma Área de Proteção Ambiental (Apa), o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) deveria fiscalizar, e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) também, já que os lagos estão no perímetro do município. Sabemos que pessoas que antes atuavam na preservação desses lagos, hoje são os maiores predadores. O legado que deixam aos descendentes é a certeza que vão sofrer as consequências das atitudes irresponsáveis que praticam”, finaliza Salvador.


Ataíde Tenório

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